quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Coisa Feia a Inveja


Mas já agora , na outra sexta consegui ver na Tv., a
inauguração do hotel Atlantis no Dubai. De facto um luxo,
e um delírio visual (pois, porque só vi, não estava lá, e
bem que gostava).
Em voz de fundo à jornalista que comentou a peça ia
dizendo que blá, blá, blá…Wiskas saquetas, no Dubai não
havia eleições, que o chefe era o Sheik, que a tv é estatal
(como quem diz, tudo uma ditadura) e ao mesmo tempo,
eu ia arregalando os olhos de prazer ao ver a nata VIP do
mundo inteiro (2000 convidados), para comentarem o
evento, e a beleza (mesmo que artificial) que os árabes
conseguiram fazer nascer do “nada “, ou seja de areia e
geografia inóspita -comentário este feito pela jornalista
observadora.
Achei delirante que o comentário feito por um
multimilionário da África do Sul de que estas ilhas
artificiais sejam declaradas a 8º maravilha do mundo,
fosse comentado pelos ingleses como o 8º vómito do
mundo ! (claro está porque não foram os ingleses a fazer,
nem foram convidados para fazer) e mais uma vez
constato que quem vê vómito seja no que for, está a
ver-se a si mesmo (espelho, espelho meu, diz-me quem
é mais vómito do que eu?).
Ora acontece que, eu tenho uma querida Reikiana a viver
no Dubai já há dois anos e a trabalhar com árabes, e a
mãe dela, que também é Reikiana, visita-a com
regularidade (eu já me propus para ir lá como Xamã…
estou a brincar, porque já fui convidada para ir lá passar
férias), e tanto uma como outra, contam-me que o tal do
sheik é uma pessoa encantadora, muito amada pelo seu
povo, e zela pessoalmente pelo bem estar de todos.
Como têm acesso a tudo o que vai pelo mundo fora,
querem lá saber se a Tv é estatal ou não; o que é a
ditadura para uns, é a preservação de uma cultura, que
gostemos ou não, é a deles.
Há de facto motivos para o ocidente, querer espartilhar
todos os povos e todas as culturas no mesmo modelito,
para ser tudo igualito, tipo farda maoista, tudo o que saia
da prepotência da raça branca caucasiana, é logo para
derrubar, maldizer e aniquilar.
Não me digam que agora vão querer inventar um arsenal
bélico no Dubai, para assassinar o Sheik, como fizeram
com o Saddam, e já agora ficar com o rico petróleo e
dinheirinho e hotéis de 7 estrelas no Dubai, que ficam
muito mais giros do lado de cá do ocidente, do que
naquelas terras de 50º no verão…
Ai, ai, coisa feia o esqueleto da inveja…


.

2 comentários:

  1. pois é ... o dubai é a farsa das farsas. Faz-me lembrar uma fachada de um edificio ricamente ornamentada mas com uma tenda por detrás. Uma jovem marroquina foi violada num desses hoteis por tres facinoras desse sitio e quando apresentou queixa na policia depois de vir do hospital num estado deploravel ainda acabou presa. O luxo do islão esconde a miseria que o mesmo impoe as suas populações. Dessa civilização feudal, prepotente e intolerante, violenta e com o pior dos fascimos teocraticos não vejo nascerem novos medicamentos, novas tecnologias, novas sugestões para um mundo melhor. Vejo sim estas ostentações que se impoem por cima de uma comunidade reduzida ao analfabetismo. Vejo sim milhoes gastos não no bem estar das populações e do seu desenvolvimento mas no sustento dos alicerces da monarquia. Surpreende-me que uma mulher, ainda por cima occidental promova com tanto entusiasmo uma cultura que reduz a mulher a simples naco de carne.

    cumprimentos

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  2. Ao querido GattoPardo – Saudações respeitosas às suas perspectivas e visões do Islão. Mas parecem-me apenas…visões.

    Wayne Dyer (Ph.D) faz num dos seus livros a seguinte sugestão: "Muda a forma como vês as coisas, e as coisas que vês mudarão." Parece-me que você, Gattopardo, fez sair de si um "esqueleto" doloroso de mulher abusada, violentada e ferida, que vive numa gaiola dourada.

    Tanto desprezo por aquela cultura, para quê? Para mostrar alguma raiva não explorada ainda? Ou é um lado sombra que está a emergir?

    Lamento profundamente o que aconteceu à menina marroquina. Entendo os seus sentimentos, e garanto-lhe que, no meu trabalho diário, faço terapia a muitas mulheres e (homens) que foram abusados sexualmente e de outras formas igualmente aviltantes, cujas mães faziam de conta que não existiam.

    Parece-me que você está a ver somente "daquele lado " os abusos, que , talvez você não saiba, se calhar , estão a ocorrer igualmente ao lado da sua casa.

    Você não vê avanços tecnológicos, nem descobertas cientificas de peso, mas e "deste lado" esses avanços e descobertas tornavam-nos mais felizes, mais solidários, mais evoluídos na nossa condição humana?

    Parece-me que você se sente dividido(a) entre "eles" e "nós". E não é essa separação que abre o abismo entre culturas? A hipocrisia da gestão Bush apoiou-se nesse abismo para declarar uma guerra inútil do ponto de vista evolutivo, mas muito útil a nível economicista. Respondo-lhe como alma e como pessoa. Antes de ser mulher sou uma consciência, e caso não saiba, você também.

    Apreciar o que de bom um povo e cultura têm, não lhes retira a responsabilidade de mudarem o que é terrível, mas que é terrível aos olhos do "lado de cá". Para eles é uma cultura milenar, que apesar de ter "handicaps", é a que eles querem ter. Homens e mulheres.

    E a nossa cultura? É melhor que a deles?

    Gattopardo, Gattopardo, eu também já vivi oscilando entre "um lado" e "o outro", e isso só me trouxe ódio e dedos apontados. Aprendi a ver o melhor dos 2 mundos, e a ter compaixão dos erros lamentáveis dos egos. Todos nós já fomos tudo, mas queremos, a todo custo apenas ver o nosso lado bom, solar, sofisticado.

    Se porventura o seu esqueleto se está a mostrar, reconheça-o e ame-o. Em breve o Islão e os seus costumes não o (a)perturbarão tanto! Rapidamente os podres das culturas não lhe serão tão repugnantes.

    Todos temos um Bush, um Saddam e um Hitler dentro de nós.

    SM

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